quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Hans e o Édipo



                                                                                                                                                    Imagem: reprodução Internet

Bem como Freud relatou o caso do pequeno Hans, relatando uma neurose infantil durante o período da infância, ele revela também o caso do Homem dos Lobos – uma neurose infantil, porem, que persistiu da infância ate a fase adulta. O rapaz recebeu tal titulo devido um sonho muito especifico que relatou a Freud – onde, quando criança, teve um sonho muito realístico onde em frente a janela de seu quarto, em uma arvore, estavam ali colocados seis ou sete lobos, com longas caudas, a observá-lo. O garoto acordou aos gritos e foi acolhido pelos pais.

Através da associação proposta pela psicanálise, os fatos são relatados sem uma necessidade especifica de cronologia, após eles serem compartilhados em clínica, podem ser reunidos, como uma espécie de quebra-cabeças onde as pecas vão, aos poucos, sendo encontradas e colocadas em seus devidos lugares.

Durante o período de análise, o jovem contou ao Dr. Freinfud fatos de sua infância que contribuíram para o encontro do real significado do sonho. Quando pequeno ele era molestado com frequência pela Irmã mais velha, ela, mais forte e mais firme, fazia com que ele permitisse que ela o tocasse e o obrigava a retribuir o toque em suas partes.

Revelou também que teve uma fase muito rebelde, perverso, onde vingou-se de sua irmã perseguindo e mutilando insetos – visto que ela adora bichos e a natureza. Entre varias revelações, surgiu uma de quando era bebe e seu berço estava colocado no quarto dos pais. Um dia o pequeno acordou e presenciou o coito entre os pais, na cena, a mãe estava colocada na posição de quatro apoios. O episódio ficou alojado no inconsciente e ao chegar a fase fálica do desenvolvimento psicossexual, passou a mostrar-se interessado em mulheres postas em posições semelhantes – como era o caso de empregadas domesticas ao lavarem o chão.

O garoto começou a sentir tal inquietação em seu corpo e a perceber seu membro ereto, ao toca-lo, em busca da descoberta, foi reprimido pela mãe. Um dos motivos que o fez retomar a fase anal, retentiva, e tornar-se a criança perversa e inquieta que foi.

O tal sonho então, que deu nome ao famoso caso, é um misto de todos estes elementos vivenciados pelo garoto em diversas idades e fases de sua infância. A figura dos lobos apareceu, pois a figura aparece em uma de suas histórias infantis prediletas. O olhar fixo deles, o observando, refere-se a repreensão da mãe, ao controle que sentia sobre ele. A posição ereta dos lobos dá-se perante a representação da mãe em relação ao pai. O pai aparece diretamente quando o jovem relata a cauda longa dos lobos, como representante do falo.

Ao permitir-se lembrar de todos estes fatos e reviver cada um deles, fez com que o conteúdo latente do sonho, ainda presente no inconsciente, e fosse revelado, tornando-se assim consciente e podendo receber um novo significado, curando assim a neurose e o mal que o acometiam naquele momento em que o jovem foi procurar a ajuda da psicanálise.

Nenhum comentário:

Postar um comentário