Imagem: reprodução Internet
Freud referenciou sua
teoria sobre Totem e Tabu em estudos de Darwin sobre tribos australianas.
A ideia de totem é a
de um objeto ambivalente, ao mesmo tempo sagrado e profano. Algo que causava
admiração e curiosidade perante aqueles que o adoravam. Um misto tomava aquele
povo, o desejo de tocar e, ate mesmo, tomar o lugar de poder ocupado por ele,
tornou-se maior do que a admiração e respeita imposta pela figura.
A comparação então foi
feita por Freud para o complexo de Édipo,
onde o pai torna-se o totem – cujo garoto admira sua figura ao ponto de
querer tomar o lugar dele. A figura do pai é vista como autoridade, a quem deve-se
respeitar, porem, nesta relação, surge o desejo de também impor respeito, não
somente respeitar. O desejo de possuir a mãe única e exclusivamente para ele,
como uma vitória perante aquele que demonstra ser tão forte e intocável,
quebrar o tabu e fazer o totem cair.
Após esta batalha travada
vem o sentimento de falta, de necessidade de voltar a ter um totem a admirar,
respeitar e seguir. O totem do pai pode ser reconstruído ou então pode ser
substituído – por exemplo, por um professor, regras escolares ou regime
profissional.
Esta ambivalência
emocional perante o totem perdura por toda a vida, podendo ser muito encontrada
em diversas religiões, onde Deus e Santos são idolatrados por uns e
questionados por outros. O medo do castigo divino, por isso a necessidade em
seguir, por exemplo, Os Dez mandamentos da Igreja Católica. Em contra ponto, a
curiosidade em assumir os desejos que vão de encontro a ruptura e quebra dos mandamentos, o
enfrentamento do sagrado buscando vence-lo, conquistando aquilo que se deseja
sem a punição divina que supostamente o acompanha.
Aqui, novamente,
retornar-se para a autopunição, onde a tal punição divina não acontece diretamente, é, sim, o próprio sujeito que se pune
pela quebra do sagrado, daquilo imposto pela sociedade e esperado por ela para
que seja cumprido, sendo assim, honrado e digno.
Pode acontecer uma mudança então no totem, se um já foi quebrado,
vencido, e não conseguiu se reconstruir, natural que busque-se outro. Talvez
seja esse o caso de muitas migrações religiosas. Ao alcançar o lugar sagrado, ao
tocar o intocável, é necessário um novo totem a admirar e a
almejar, desejar. Um novo desafio, um novo tabu a ser quebrado.
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