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Diferentemente do que
possa se pensar inicialmente, o prazer não está ligado a um aumento de excitação. O prazer é sim uma descarga de energia, ou seja, uma
diminuição da excitação. O auge, o ápice, do prazer seria um acúmulo de energia, gerando excitação,
inquietude, buscando, então, a calmaria e tranquilidade de libertar estes
desejos.
Por exemplo, a relação
sexual. Por mais prazerosa que ela como um todo seja, todo indivíduo – que não
possua uma neurose ou perversão especifica – almeja o relaxamento proporcionado
pelo orgasmo. Então, o prazer neurótico é algo criado pelo aparelho psíquico
que não pode ser atingido em sua completude, no plano real, somente em seu
mundo interior.
Assim, pode-se enxergar o
principio do prazer que, em um indivíduo com devido funcionamento psíquico,
será substituído em sua vida adulta pelo principio de realidade. O principio do
prazer está relacionado ao momento infantil – seja na infância ou não. A busca
pelo prazer sem medir consequência, sem passar pelo crivo de Ego e Superego. Já
o principio da realidade, quando ativo e em pleno funcionamento, busca, também,
o prazer, porem, de uma maneira mais contida e realista, pode não alcançar, em
vista ao principio do prazer, um desejo tão intenso, porem, não será acometido
pela culpa – gerada pelo Superego – após a realização e o alcance do prazer sem
medidas.
É no período da infância que a criação
conhece os prazeres e desprazeres. Por exemplo, durante a brincadeira com o
carretel observada por Freud, o citado por ele como "fort da". A criança aprende que o brinquedo se vai,
ao ser jogado, porem, ele volta. Ele descobre o poder que ele próprio possui de
distanciar algo dele e, posteriormente, trazê-lo de volta. Bem como o prazer e
o desprazer da presença da mãe ou cuidador. Há o prazer em tê-lo presente, logo seguido do desprazer em
não possuí-lo todo o tempo e sim, quando lhe é possível. Esta brincadeira torna
possível e reconhecível logo nos primeiros anos o tamanho prazer gerado pela
volta do objeto amado, do objeto de desejo –
a tal saudade, existente somente no vocabulário brasileiro, porem,
citado nas demais línguas como o sentir falta.
A energia então,
armazenada no Ego, está sempre focada em algo bom – direta ou indiretamente. Ao
observar um comportamento, principalmente aqueles de repetição, o sujeito esta
buscando algo que, em um determinado momento, lhe foi bom. Este comportamento
pode demonstrar que o presente momento de vida não está agradável, pois está
sendo buscado algo do passado para ser retomado.
Em clínica, o processo de resistência se
intensifica quando o passado não gera algo prazeroso, pelo contrário, traz de
volta a dor – já que é necessário recordar, repetir e elaborar eventos passados
como se acontecessem no momento atual, para que então possa acontecer a devida
elaboração, com o auxílio do terapeuta, ressignificando e curando esta ferida
do passado, podendo olhar para ela como algo resolvido, por mais doloroso que
tenha sido.
A análise busca identificar onde está alocada esta energia –
libidinal – do paciente. Ela está, ate ser
focada em um determinado objetivo, armazenada no Ego – então, toda a energia
esta, inicialmente, ligada a libido, mesmo que posteriormente seja dessexualizada.
Quando a energia esta
então focada em um objetivo ela passou pelo processo de catexia. Cabe ao
terapeuta, junto do paciente, descobrir, quebrando as repressões e recalques,
qual prazer, qual finalidade esta energia esta buscando.
A energia catexizada em algo não pode ser utilizada em
outra atividade, ela esta ali, presa, ate ser
realocada, direcionada corretamente, ou então conseguir alcançar seu objetivo
que eh a explosão de prazer que busca através daquele ponto desejado.
Além de buscar um
direcionamento que não gere transtornos, neuroses e desprazeres, além de
enfraquecimento do indivíduo, a analise busca manter esta energia estabilizada,
o mais baixa possível, para que a excitação não tome conta do organismo,
deixando ele exausto físico e mentalmente.
Gostei muito do texto claro explicativo e mostra como a energia libidinal e a força motora do ser humano.
ResponderExcluirParabéns.