Imagem: reprodução Internet
Popularmente, o luto
acontece quando há a perda, por morte, de algum ente querido. Para a
psicanálise, o luto acontece quando há uma perda, seja de uma pessoa – por
morte ou não, objeto ou situação
da qual fazia parte do cotidiano do indivíduo. Após o termino de um relacionamento amoroso, independentemente do
tempo em que ele ocorreu, afinal, cada pessoa possui um tempo diferente para
criar laços de apego emocional, é comum haver um sofrimento, por menos
que seja relatado ou sentido conscientemente logo após esta separação.
O luto não deve ser
evitado, pelo contrario, ele precisa ser vivido para que então possa ser
superado, caso contrario, ele pode aparecer ou retomar muito tempo após a tal
perda e então ser ainda mais difícil e demorado diagnostico – visto que é comum
que ele se manifeste e permaneça entre 6 e 24 meses após o evento traumático.
A melancolia costuma
acontecer juntamente do luto, porem, esta é vista como mais grave que ele, pois
não possui um tempo determinado para sua duração e pode ser o inicio de um caso
de depressão. A melancolia não permite que o luto seja superado, ela insiste na ideia de manter viva a situação cujo houve ruptura de alguma maneira.
Em casos de morte, é comum
que o sujeito acometido pela melancolia não permita mexer ou doar qualquer
pertence da vitima. Em fins de relacionamentos, historias fantasiosas e a
insistência em retomar a relação podem culminar em crimes passionais, movidos
pela depressão – pelo desejo de por fim na dor sentida.
A melancolia é a
perda de um objeto que fazia parte do Ego, este então precisa ser reconstruído,
algo precisa ser colocado no lugar para haver a, não só transferência,
como real substituição do objeto de amor – ou ódio, visto sentimentos
ambivalentes. Durante este processo, há uma autopunição, pois o Ego não foi
suficientemente bom para conseguir manter-se inteiro.
Aqui surge um dos sintomas
mais comuns e vistos durante a depressão: o
descuido com a aparência, física
e psíquica – principalmente a debilidade alimentar e o descaso com a higiene
pessoal, permitindo ser visível o desleixo, o descaso consigo mesmo.
Em casos de depressão, ou
lutos prolongados, melancolias profundas, a psicanálise toma como ajudantes as
psicoterapias e as drogas controladas pela psiquiatria – visto que o mal
psíquico já conseguiu tomar conta do corpo e também deixá-lo debilitado,
tornando quase que impossível a melhora – a cura – do indivíduo por si só, por meio dos insights possibilitados através da psicanálise.
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