segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Amor e ódio pela figura do psicanalista



                                                                                                       Imagem: reprodução Internet

A psicanálise clínica é realizada através de técnicas – métodos – um dos principais deles, que faz com que os demais consigam o devido sucesso esperado por parte do profissional é o processo de transferência. Ele acontece quando o paciente esta se aproximando de seu insight e, geralmente, é pego pelo recalque que insiste em manter determinado conteúdo no inconsciente. A transferência ocorre para que a situação que necessita ser reconhecida e melhor compreendida pelo paciente e alcançada pelo terapeuta passa a ser revivida.

O profissional está colocado – pelo próprio paciente – em um lugar geralmente privilegiado, aquele que detém sua tão esperada melhora – a cura do mal que o acomete. Este lugar forte, durante a transferência – que geralmente acontece ao estar prestes a reviver um fato da infância, visto que de lá provem grande parte das neuroses – o analista esta sujeito a ser colocado no lugar de pai, mãe, irmão ou irmã mais velho, cuidador, professor, sim no lugar daquele que está diretamente ligado ao fato que o está incomodando.

O processo de transferência pode variar em três instâncias, dependendo do fato ocorrido que esta sendo trazido para a realidade atual. As transferências podem ser classificadas como negativa e erótica, que dificultam o processo terapêutico, pois resultam de uma resistência a permitir que a situação seja vista e revivida, e a positiva, auxiliando no processo de terapia, revivendo os momentos, já superando a barreira do recalque e demais mecanismos de defesa.

O profissional deve manter-se atento para quando perceber que o comportamento de seu paciente sofreu alteração e que pode estar passando por algum destes três processos – a transferência de um sentimento. Ao identificá-lo corretamente, torna-se mais fácil a identificação do caminho e do direcionamento a ser dado na terapia. O profissional vai permitir que o papel lhe dado permaneça, permitindo que caia sobre ele o amor, o ódio ou o desejo presente naquela representação simbólica de uma pessoa tão importante do passado do paciente.

A profissão de psicanalista permite esta abertura e tamanha aproximação do paciente, pois isto facilita a ressignificação após reviver determinada situação com o olhar amadurecido e, agora, mais seguro, tendo consciência de que é algo passado, que haverá dor, porem, esta mesma já estava causando uma nova dor e inúmeros problemas conseguintes.


Um comentário:

  1. Tentei terapia... Só me frustrei. Minha vida piorou muito.

    Muito lindo o texto. Mas na prática, a teoria é outra.

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