Imagem: reprodução Internet
A neurose obsessiva pode
trazer diversos sintomas para o neurótico, eles variam de acordo com a
estrutura de sua personalidade – idílica, egóica ou superegóica.
Apesar desta diferença, o ponto comum entre elas é a
forma a qual foram geradas, através da angustia – esta que, para Freud, esta ligada a
um acúmulo de energia, logo, esta conectada a libido. Neste processo são
acionados os mecanismos e prazer e desprazer, ligados ao Id.
A angústia, juntamente com a força do
Superego, faz com que o neurótico passe a esquivar-se do prazer, muitas
vezes faz isso sublimando seu desejo. Desta maneira, o acumulo de energia para
determinada atividade que não é reconhecida ou aceita conscientemente
mantém-se ali, fixa, aguardando o momento de ser utilizada. As demais
atividades perdem o rendimento e deixam de gerar prazer, pois a libido possui
somente um foco naquele momento, o desejo não realizado.
Para evitar todo este
processo conflituoso, anterior a angústia,
podem surgir as inibições – da função do Ego. Estas podem se manifestar no
âmbito sexual, de nutrição, locomoção e de trabalho. O processo é semelhante
a histeria, porem, menos grave – onde há uma perda parcial e
momentânea da função, diferentemente da histeria, onde há uma afetação por
completo.
Com esta inibição
identificada, por exemplo, diminuição do prazer sexual ou esquiva para não
praticar o ato, indica que há algum problema a ser observado – seja na relação
atual, passada (englobando a infantil) ou, até mesmo, íntima e pessoal. A inibição, este acúmulo de energia tende a estar ligado ao
medo e tensão, onde é acionado o mecanismo de sobrevivência,
onde o indivíduo necessita manter-se estável perante
determinado acontecimento, mesmo que este “estável”
não seja um estado
desejado conscientemente e sim inconscientemente – um trabalho realizado
pelo Ego para evitar conflitos maiores com o Id ou
com o Superego.
A neurose da continuidade
e surgem então os sintomas, estes estão ligados a autopiedade e autopunição – resultados dos
prazeres proibidos e dos desprazeres reprimidos. Pela repressão, estes sintomas
são então os substitutos da satisfação pulsional, esta que não consegue ser
realizada. Todo este processo para ser resolvido necessita ser identificado o
gatilho que disparou a neurose, ou seja, qual foi o desejo que recolheu tamanha
energia e não foi autorizado a ser realizado. A psicanálise não somente
identifica o gatilho, mas, sim, o motivo de seu surgimento, para que então toda
esta cadeia possa ser revista e ressignificada –
bem como a energia, que deve ser redirecionada para um desejo aceito
conscientemente, logo, dentro do princípio de realidade.
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