Imagem: reprodução Internet
Apesar de um médico,
Freud, ser quem desenvolveu a teoria e os métodos da psicanálise
ela não é considerada uma área da medicina, tão pouco,
surgiu da psicologia, assim, não é,
propriamente, uma abordagem da psicologia. Psicanálise é psicanálise,
no máximo pode estar atrelada a
hipnose – pois foi daí que Freud começou a perceber as mudanças de comportamento enquanto os
pacientes estavam acordados (em estado consciente) e dormindo ou hipnotizado
(estado inconsciente). Porem, da hipnose, pouco restou, apesar da associação livre ter sido chamada, inicialmente, de uma espécie de
hipnose acordado.
Deixando claro e
diferenciando a psicanálise de medicina – logo da
psiquiatria – e da psicologia, compreende-se de que ela somente deve ser
exercida por psicanalistas. Surge então a duvida sobre
a formação psicanalítica. Que é diferentemente para profissionais mais
voltados para a filosofia e docência e daqueles que buscam a clinica.
A clínica psicanalítica trabalha
através do chamado PIC: pontuar, interpretar e confrontar. Além de
toda a teoria e estudos da técnica, o profissional, o analista, necessita de
toda uma vivencia de analise para que possa compreender os melhores momentos
para exercer estes três passos primordiais da clinica. Para este
conhecimento então esta proposto que o analista passasse pelo tripé da psicanálise: formação, análise pessoal e supervisão. Somente após
estas três etapas vivenciadas é que o profissional pode sentir apto a clinicar.
Lembrando que a formação esta em constante construção e
atualização, Freud mesmo deixou a porta aberta para suas teorias serem mais
aprofundadas e atualizadas. A analise pessoal também não é necessária
somente durante o processo de formação, mas, sim, quando o profissional como
pessoa sentir necessário – seja por um problema que esta relacionado a sua
profissão ou não. Enquanto a supervisão, é mais presente no início da carreira profissional, porém, quando necessário, é de
extrema importância que exista um profissional que possa contribuir com um
olhar novo para uma situação que parece não haver solução e que todos os
caminhos parecem já terem sido esgotados.
É de tamanha importância a
vivencia de analise pessoal para que o profissional possa estar no lugar do
paciente e sentir o que pode acarretar um analise e a presença de um profissional – visando que o processo de
transferência e contratransferência vivo
em clinica é de tamanha importância para a
continuidade da analise e o PIC, muitas vezes, mostrando ao profissional que esta
no caminho certo e que, ali, encontrou a resistência.
A transferência ocorre
quando o paciente esta próximo ao insight, próximo a situação que,
provavelmente, o levou a analise e o causou angustia, neurose, processos
histéricos. Ao alcançar este estagio,
o paciente, mesmo que consciente e acordado, volta para o seu passado e revive
aquele situação dolorosa que por muito tempo ele se esqueceu ou a ignorou. O
sentimento então que é transferido ao profissional, sendo
amor ou ódio, não é real para com sua pessoa, mas, sim,
voltou a ser sentido devido a situação estar novamente sendo vivida. Nesta revivência acontece a ressignificação daquela figura ou situação dolorosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário