quinta-feira, 13 de março de 2014

Mecanismos psíquicos dos fenômenos histéricos



                                                                                    Foto: Reprodução Internet
 

- Neurose de histeria


A histeria é vista por Freud como uma patologia após um trauma que gera uma reação física, esta que pode ter um período de incubação até mostrar-se visivelmente presente. O histérico torna-se um indivíduo que sente necessidade de receber atenção, querendo, ao mesmo tempo, curar-se de tal problema físico, porém, continuar a receber determinados cuidados que esta atual deficiência o está trazendo.

Não consegue mais produzir ações que possam trazer modificações para determinadas situações, deixam isso para terceiros, tirando-se assim do “papel principal”. Sabem onde está seu prazer, porém não conseguem distinguir o objeto de desejo, realizando assim muitas transferências. É possível observar também a questão do narcisismo e possessão, onde determinado objeto reconhecido como gerador do prazer é somente meu, o histérico passa a achar-se como dono.

A histeria foi, por muitos anos, uma doença vista como exclusiva das mulheres. Há determinados textos que dizem que a histeria provém de um determinado problema no útero. O tempo passou, os estudos se aprofundaram e pode-se detectar sintomas semelhantes em homens. Estes que foram chamados de histriônicos.

Dentro do conceito surge a “histeria de conversão”, onde o paciente passa a sofrer com problemas psicossomáticos. Não somente “delira”, como seu corpo passa a sofrer seus males psíquicos como um “escape” amenizador do surto. Como relatado em “Freud, Além da Alma”, sua paciente Cecília sofreu, por um determinado período, de cegueira e paralisia, sem apresentar propriamente nenhuma explicação física para tais males. A cegueira representa seu medo inconsciente de não querer ver determinadas verdades, bem como a paralisia, não querer caminhar até a verdade.


- Neurose ansiosa – insegurança/ angústia


Geralmente está relacionada a estímulos externos, em momentos de grandes decisões ou escolhas, o medo do desconhecido. Pode ser acompanhada de ataques de pânico e quadros fóbicos em momentos inesperados, que não estejam acompanhados de um risco iminente.

Costuma deixar o paciente inquieto, irritado e com insônia, sendo acompanhada de taquicardia e cefaleia. 


- Neurose fóbica – medo


Pode-se citar um exemplo muito atual desta neurose, a agorafobia. Pavor de estar em um ambiente lotado ou deserto.  Num mundo onde muitos sentem-se mais seguros dentro de suas casas e fazendo amizades virtuais, ao deparar-se com um aglomerado de pessoas, principalmente, necessitar apresentar-se a elas, falar com elas e prender suas dispersa atenção disputada por diversos estímulos, como o celular (que hoje possui infinitos atrativos). Voltamos assim, neste mesmo exemplo, para o caso da agorafobia, uma maioria prefere manter seu foco no mundo virtual, no que parece distante, do que enfrentar sua realidade.

Para ilustrar melhor a próxima neurose, o conhecido TOC, um vídeo - em espanhol, mas acredito que seja possível compreender sua mensagem central: http://www.youtube.com/watch?v=kphCSailkOc


- Neurose obsessiva – TOC (Transtorno obssessivo compulsivo)

Necessidade de repetir determinados rituais para sentir-se seguro, pode ser caracterizado pelo medo da morte – por isso a criação de rituais de proteção.

O medo consciente faz com que sigamos a vida em segurança, tomando os devidos cuidados diante da sociedade atual, já os medos inconscientes, além de paralisantes, são medos, aparentemente, sem justificativa, pois se dão de algo que não apresenta risco nenhum, por exemplo, fobia de barata. Muitos têm nojo, asco do bicho, mas na verdade, sabem que nada sofrerão. Já o medo inconsciente, fantasia e a vive, de que tal animal pode lhe transmitir alguma doença, e assim, é preciso limpar infinitas vezes o local ao qual ele passou.

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