segunda-feira, 10 de março de 2014

Freud, Além da Alma - O filme

                                                                        Foto: Reprodução Internet


O filme “Freud, Além da Alma” (de 1962) retrata as dificuldades encontradas pelo médico, inclusive os pré-conceitos internos, enquanto buscava aprofundar-se nos mistérios da mente humana. Ao definir que o homem é regido por seu inconsciente, Freud é comparado a Darwin, devido tamanha descoberta – assim como o homem veio do animal (macaco). O inconsciente então passa a ser visto como o lugar mais escuro da mente humana.

Ao conhecer casos de histeria, confrontou sua atual interpretação, como um fingimento, algo sem terapia. Foi neste momento em que sentiu a necessidade de abandonar tudo que conhecia e havia construído até o momento, com muito esforço de seus pais, e foi em busca de mais conhecimentos com Charcot – aí teve conhecimento sobre a prática da hipnose. 

Para quem quer assistir, o filme está disponível, com legendas em português, no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=UH9F4wTgt2M


Ao aprofundar o contato com a hipnose proposta de Charcot, viu que pensamentos são construídos mesmo enquanto o indivíduo está dormindo. Após o despertar, percebe-se a perda de memória, o paciente não recorda do que falou ou de seus atos motores, volta a ter sua patologia, que durante a hipnose, havia sido curada. Durante este processo é percebido o poder da palavra, da confiança durante a hipnose.

Com esta experiência de aceitar comando enquanto está “dormindo”, Freud conclui que os pensamentos estão num âmbito não consciente. Ao apresentar estas teorias, conhece Dr. Breuer, praticamente o único presente que não achou Freud um louco. Os dois passam a manter contato e após novas sessões de hipnose têm novas descobertas, assim como o fato de reviver o incidente faz o sintoma sumir. Observam também que o trauma não divide a mente, mas manda o fato para o inconsciente. É reconhecido também que a emoção é descarregada por uma ação física.

Após todas estas descobertas, decidiu levar a prática até o hospital, confrontando seu professor, sendo assim, obrigado a se afastar do cargo. Não desistiu da hipnose, muito pelo contrário, levou ela ainda mais a sério, em busca de provas concretas de que poderia curar casos de histeria através dela. Seu número de pacientes e casos avaliados foi aumentando, assim como suas descobertas. Uma das mais importantes foi o fato de observar que existe uma barreira entre consciente e inconsciente que “filtra” informações.

Neste caminho, depara-se com o caso de um jovem que sente-se ameaçado pelo pai, que acredita que o pai é um monstro por ter estuprado uma menina. Durante a hipnose, o garoto relata em detalhes e Freud observa que, para o jovem, o estupro é na verdade a relação com a mãe. É dada aí a largada a grande polêmica do “Complexo de Édipo”. O fato é tão novo, que até Freud se surpreende, e ao despertar o paciente, não deixa com que ele lembre de nada e não o atende mais, fica atordoado com o caso.

O acontecido vai parar nos sonhos de Freud, o que faz com que se coloque no lugar do garoto e busque, em seu inconsciente, numa autoanálise, o porquê de seu “pavor” pelo caso. Descobrindo que, no passado, sofreu do mesmo complexo, desejando sua mãe. Ao relatar o caso estudado a Breuer, é repreendido, incentivado a ignorar a patologia descoberta.

Após grande resistência, e sua descoberta interior, Freud procura novamente o garoto para tentar ajudá-lo a resolver seu complexo. Descobre então que este foi internado num manicômio e lá acabou falecendo, recebendo assim, em sua frustração por não ter feito nada para evitar o trágico fato, estímulo para dar continuidade a teoria e a apresentá-la ao grande público.

Com o “Complexo de Édipo”, encontrou a sexualidade e defendeu sua liberdade de expressão. Recorreu à paciente Breuer, Cecília, em busca de provas para a teoria. Após hipnotizá-la novamente, descobriu que sua patologia, o fato de não enxergar, deu-se por não querer ver o fato de seu pai ter morrido num bordel. Seu inconsciente transformou a estrutura do local num hospital para que ela não esquecesse do fato, mas não o compreendesse da maneira como aconteceu. Após esta hipnose, Cecília volta a enxergar.

A paciente então passa a ser de Freud, pois Breuer resolve abandoná-la para preservar seu casamento, já que o amor pelo pai foi transferido ao doutor. Uma nova patologia física desenvolve-se na paciente. Após a ausência de Breuer, ela passa a acreditar que está grávida e a apresentar os sintomas de parto.

Freud também passa por dificuldades em sua vida pessoal, a morte do pai e os questionamentos de sua esposa sobre seus métodos com seus pacientes. Isso faz com que desencadeie mais sonhos nele, fazendo-o questionar seus significados, tratando-os como ideias que escapam da repressão.

Leva até Cecília mais uma nova descoberta, a interpretação dos sonhos. Por resistência da paciente, ele não consegue hipnotizá-la, mas tem neste momento a grande descoberta da associação livre, onde mesmo em estado consciente, ela consegue relatar fatos antes esquecidos por ela. Descobre então que sua relação com seu pai envolve um estupro, não aceita a descoberta, sentindo-se culpada pelo ato. Ao tentar buscar uma resolução para o caso, Freud se aproxima da mãe de Cecília e descobre que ela era dançarina de cabaré e desejou a morte do feto.

Freud encontra uma semelhança entre ele e Cecília, acredita que seu pai estuprou a irmã, onde na verdade, aceita que ele deseja sua mãe. Após mais uma vez ser desencorajado por Breuer a dar continuidade a teoria da sexualidade, encontra apoio em sua esposa, que ao ver seu esforço nas novas descobertas, o incentiva a seguir seu caminho. Assim, apresenta sua teoria em público e mais uma vez é taxado de louco, inclusive por Breuer, que diz nunca ter acreditado nela.



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