quinta-feira, 20 de março de 2014

Introdução à interpretação dos sonhos



                                                                                    Foto: Reprodução Internet

A interpretação dos sonhos talvez tenha sido o método de Freud que mais atraiu a atenção de seus pacientes e até hoje intriga muitos, principalmente os leigos no assunto, seja não profissionais ou não pacientes.

Para tratar sobre a interpretação de sonhos, fica impossível não introduzir a tópica de Freud conhecida como “iceberg”, onde somente uma pequena parte de nossa mente é consciente, assim, o restante é chamado de pré-consciente e inconsciente. Cada indivíduo somente tem domínio sobre seu consciente, onde pode controlar e, principalmente, censurar seus pensamentos.

Durante o sono, o inconsciente vem à tona e o indivíduo não tem mais nenhum poder de controle sob si mesmo. Antes de seu pensamento organizado, possível de ser entendido dentro da realidade, seus desejos mais íntimos e absurdos aparecem, numa mescla com fatos vividos para que seja possível haver a lembrança assim que ocorra o despertar do sono.

Em sofrimento ou não, o indivíduo se liberta durante o sono e, ao despertar, retoma o estado de suposto controle, onde volta a ter certo discernimento sobre o que deve ou não pensar e desejar. Por exemplo, no caso de Ana O., a primeira e mais famosa paciente de Freud, ela sonhava que socorria o pai em um hospital, onde na verdade, ela lembrava vagamente de ter encontrado seu pai em um bordel.


Especialista fala sobre os sonhos: http://www.youtube.com/watch?v=gXcSjOx33L8 



Uma dica interessante e muito utilizada com pacientes que estão tendo seus sonhos analisados é anotar os fatos que são recordados dos sonhos logo ao despertar, pois o organismo ainda está sonolento e não teve tempo de acordar por inteiro, assim, lembranças do sonho efetivamente são transmitidas. É comum o sonho ser apagado da memória quando trazer para o indivíduo um sentimento indesejado, ou seja, acontece o recalcamento dessas imagens que até a pouco estiveram permeando entre os pensamentos.

Cabe ao profissional, ao psicanalista, analisar delicadamente cada acontecimento e cada personagem presente neste sonho. Desenvolver uma certa união entre as palavras ditas em consultório, conscientemente, e os sonhos que aparecem livremente durante o sono. Cada significante possui um significado diferente para cada paciente, um animal, por exemplo, um cão, pode representar para um indivíduo amor e para outro ódio, repulsa, nojo. Por isto a importância em mesclar as representações conscientes e inconscientes, conhecer seu paciente através dos sutis sinais dados em consultório, um lapso da falha, um esquecimento, um tremor ou sudorese ao abordar um determinado assunto.


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