Foto: Reprodução Internet
A interpretação dos sonhos talvez tenha sido o método de
Freud que mais atraiu a atenção de seus pacientes e até hoje intriga muitos,
principalmente os leigos no assunto, seja não profissionais ou não pacientes.
Para tratar sobre a interpretação de sonhos, fica impossível
não introduzir a tópica de Freud conhecida como “iceberg”, onde somente uma
pequena parte de nossa mente é consciente, assim, o restante é chamado de
pré-consciente e inconsciente. Cada indivíduo somente tem domínio sobre seu
consciente, onde pode controlar e, principalmente, censurar seus pensamentos.
Durante o sono, o inconsciente vem à tona e o indivíduo não
tem mais nenhum poder de controle sob si mesmo. Antes de seu pensamento
organizado, possível de ser entendido dentro da realidade, seus desejos mais
íntimos e absurdos aparecem, numa mescla com fatos vividos para que seja
possível haver a lembrança assim que ocorra o despertar do sono.
Em sofrimento ou não, o indivíduo se liberta durante o sono
e, ao despertar, retoma o estado de suposto controle, onde volta a ter certo
discernimento sobre o que deve ou não pensar e desejar. Por exemplo, no caso de
Ana O., a primeira e mais famosa paciente de Freud, ela sonhava que socorria o
pai em um hospital, onde na verdade, ela lembrava vagamente de ter encontrado
seu pai em um bordel.
Especialista fala sobre os sonhos: http://www.youtube.com/watch?v=gXcSjOx33L8
Uma dica interessante e muito utilizada com pacientes que
estão tendo seus sonhos analisados é anotar os fatos que são recordados dos sonhos
logo ao despertar, pois o organismo ainda está sonolento e não teve tempo de
acordar por inteiro, assim, lembranças do sonho efetivamente são transmitidas.
É comum o sonho ser apagado da memória quando trazer para o indivíduo um
sentimento indesejado, ou seja, acontece o recalcamento dessas imagens que até
a pouco estiveram permeando entre os pensamentos.
Cabe ao profissional, ao psicanalista, analisar delicadamente
cada acontecimento e cada personagem presente neste sonho. Desenvolver uma
certa união entre as palavras ditas em consultório, conscientemente, e os
sonhos que aparecem livremente durante o sono. Cada significante possui um
significado diferente para cada paciente, um animal, por exemplo, um cão, pode
representar para um indivíduo amor e para outro ódio, repulsa, nojo. Por isto a
importância em mesclar as representações conscientes e inconscientes, conhecer
seu paciente através dos sutis sinais dados em consultório, um lapso da falha,
um esquecimento, um tremor ou sudorese ao abordar um determinado assunto.
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