Imagem: Reprodução Internet
A palavra Ego, no senso comum, é
normalmente aplicada quando se faz referência ao mais íntimo de um indivíduo. Na
psicanálise é semelhante, porém, muito mais complexo. O Ego trabalha juntamente
com o Id e o Superego. É dele a tarefa de mediar os desejos e proibições.
Enquanto o Id nasce com o indivíduo e representa seus desejos, o Ego e o
Superego – este segundo, principalmente – são constantemente transformados a
partir das experiências sofridas pelo indivíduo.
O Ego inicia sua formação, e sua
parte mais importante – sua base – logo na infância, por isso a fase necessita
de tamanha atenção. Atenção não é sinônimo de superproteção e excesso de amor. Desde
a infância o indivíduo, no caso, a criança, precisa vivenciar diversos tipos de
experiências, sejam elas prazerosas e desprazerosas. Algumas são da natureza
humana, como, por exemplo – a partir de Melanie Klein, a descoberta de que ela
e sua mãe não são um único ser e o ato de alimentar-se, que, apesar da ajuda de
um outro, a atividade depende do próprio indivíduo que busca saciar sua fome.
Muitos pais e cuidadores buscam
evitar a frustração nas crianças, porém, estas tendem a crescer adultos
infantis, afinal, somente na fase seguinte, a adulta, estarão sujeitos a experiências
que lhes foram privadas na infância, assim, ele tende a manter uma visão infantil
dos ocorridos, afinal, são algo novo para ele.
A partir da formação do Ego, o indivíduo
passa a considerar-se um indivíduo real, separado dos demais integrantes de sua
família. Para este processo, é necessária muita atenção durante o momento de
castração – complexo de Édipo – independente do filho homem ou mulher. Ambos devem
estar cientes do papel o qual cada um representa na instituição familiar.
Perante as novas formulações de família,
há certas diferenças, porém, estes papeis sempre existem. No caso, o pai é a
figura castradora, aquele que faz o rompimento da criança com a mãe, aquele que
se coloca entre a relação dos dois. Não, necessariamente, a figura do pai
precisa ser um homem, nem, tão pouco, a figura da mãe precisa ser a genitora. Apenas,
naquela estrutura familiar, os presentes necessitam assumir determinados
papeis.
A ausência de Ego ou um Ego frágil,
pode tornar um indivíduo psicótico ou neurótico. Ao não ter sofrido esta
ruptura da castração, ele não é inserido na realidade, assim, acredita que tudo
pode, não tendo desenvolvido sua capacidade de aceitação a normas externas. Bem
como, o Ego frágil torna-se suscetível a interiorizar um Ego externo,
aceitando, facilmente, ter sua subjetividade ignorada e passar a acreditar no
Outro.
Freud aborda a figura do Outro, neste
caso, como aqueles sujeitos que se destacam em grandes massas através de seus
discursos – seja ele político ou religioso, por exemplo. Enquanto os seguidores,
aqueles que acreditam em dizeres milagrosos sem nenhum fundamento ou aplicação
a realidade na qual está sendo pregado, são aqueles que possuem um Ego frágil,
incapaz de acreditar e confiar em suas próprias escolhas, necessitando de um
ditador externo para ordenar suas atitudes e posicionamentos.
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