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Entre os diversos perfis que se
apresentam no setting de análise está o perfil obsessivo. Suas características
mais viseis são a substituição de amor pelo dinheiro e sua pontualidade extrema
– devido o medo inconsciente de punição, remetendo seus problemas e medos
vividos durante a infância. Ele possui uma extrema dependência do outro, porém,
devido seu amor-próprio e controle exacerbado, pouco consegue deixar
transparecer esta característica – o amor e a afeição são substituídos por
respeito e segurança, deixando claro, aqui, que, de forma consciente, sua
cabeça trabalha muito mais que seu coração. As experiências prazerosas são
sempre adiadas – mesmo que desejadas anteriormente e sendo possível suas
realizações – devido seu medo inconsciente da dependência do sentimento que ela
provoca.
Durante a infância, buscava controlar
a relação com os pais não obedecendo os horários por eles impostos, inclusive
nas horas das necessidades fisiológicas – elas que também eram utilizadas por
ele como uma forma de controle, por exemplo, urinar assim que a fralda havia
sido trocada. Mesmo beirando a depressão, é muito difícil para ele enxerga-la,
devido todo seu distanciamento emocional nas relações que está, de alguma
maneira, inserido.
Através de uma paciente histérica foi
que Freud iniciou seu olhar diferenciado para a medicina e, então, iniciou seus
estudos que culminaram na psicanálise. A histeria, primeiramente vista como uma
doença exclusivamente feminina – já que, supostamente, era causada por um mal
súbito sofrido no útero – já há muitos anos possui homens com este diagnóstico
– o mais conhecido deles é Adolf Hitler. O histérico é identificado através de
suas cenas, este não mede suas palavras e atos para atrair atenção, muitas
vezes cria e recria histórias de terceiros em busca da atenção que acredita
necessitar – seja de maneira positiva ou negativa. Até mesmo uma repreensão
para o histérico é vista como uma conquista, enfim, ele recebeu atenção.
Muito diferente dos depressivos, os
histéricos cuidam excessivamente de sua aparência e são extremamente sedutores,
tanto em sua fala, quanto em seu comportamento. Diferenciam-se também dos
obsessivos devido sua falta de maturidade e pela necessidade de sentir-se
ligado emocionalmente ao outro – caso isto não ocorra, ele sente-se fracassado
na relação, fazendo com que a culpa caia sobre o outro. Devido a imaturidade, o
histérico não consegue assumir seus atos e arcar com as consequências deles,
bem como o sentimento de culpa. Os histéricos são também narcisistas, fazendo
com que não tenham controle de sua vida financeira, necessitando realizar
gastos para tornar-se mais belo aos seus próprios olhos – assim, acaba
tornando-se hostil e competitivo em seus relacionamentos.
Há também casos de histeria de
conversão – como o tratado por Freud, Anna O., onde ela sofreu diversas mazelas
físicas sem nenhuma real debilidade constatada (entre elas, cegueira e
paralisia dos membros inferiores). No comportamento da paciente pode também
observar que o amor edípico foi transferido para seu analista, fazendo com que
ela tentasse, de todas as maneiras, seduzi-lo – mostrando-se, ora frágil, ora
sedutora.
Por fim, o terceiro perfil, o
paciente fóbico. Este paciente deposita todas as suas esperanças de cura no
profissional, fazendo com que haja um desapontamento logo nas primeiras
sessões, quando ele descobre que a melhora, a cura, depende dele próprio. Ao
não conseguir reprimir seus pensamentos e impulsos perturbadores, seu conflito
emocional interno é externalizado e transferido para algo ou uma situação, toda
sua fobia está ali depositada – uma forma de tornar o inconsciente consciente e
encontrar ajuda para a solução do conflito que não é mais somente interno.
Medo, pavor, fobia, de animais, ou de
lugares específicos, são comuns. Com o passar do tempo, o paciente vai passando
a evitar determinada situação que lhe provoca pavor, por exemplo, altura. Passa
a não mais frequentar prédios altos, não se aproxima de janelas, ao não
resolver o conflito interno, a situação só se agrava, o medo agora está se
expandindo, não se sentindo mais confortável ao simplesmente ver locais altos,
por fim, ele pode acabar trancafiado dentro de casa, como busca da evitação do
sentimento de medo, sendo que, o mesmo, está com ele em todo momento, em seu
inconsciente. O medo domina o prazer. Diversas ideias passam em mente do
fóbico, sempre imaginando que com ele ocorrerá algo trágico.